sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O SENHOR MERCADO
ANO 01 – Nº 203
Debatia, ontem, com meus alunos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda, os limites da decantada ‘liberdade de expressão’. No bojo das discussões estava o Senhor Mercado (SM), a famosa ‘mão invisível’ que a tudo controla na sociedade contemporânea.
Mesmo se tratando de uma entidade misteriosa, acaba levando as empresas e instituições a se dobrarem como se fosse o único deus da atualidade. É comum, bons temas e boas reportagens serem colocadas de lado, nos meios de comunicação atuais, pelo simples fato de que não irão ‘vender’, ou seja, não atrairão a atenção dos consumidores. As empresas do setor comunicativo se dobram à imposição do SM porque, do contrário, fecharão suas portas em pouco tempo. Como se trata de um setor financiado principalmente pelos patrocinadores, ou faz o que eles desejam ou eles retiram suas cotas de patrocínio.
O debate avançou no sentido de que esse perfil do SM é construído pela própria sociedade. É ela que o sustenta e dele se alimenta num círculo vicioso arriscado. Parte das contribuições em aula se dirigia ao péssimo nível de boa parte da programação dos grandes canais abertos de TV. Uma aluna trouxe o exemplo de um jornal televisivo importante que alterou o projeto editorial porque descobriu que os seus expectadores haviam mudado, tornando a apresentação das notícias mais sensacionalista, policialesca. Notícias de prisões, arrombamentos, assassinatos, tráfico de drogas e outras do tipo, atraem mais a atenção do seu público do que tudo o resto que acontece no cotidiano. Nesse ritmo, pode se perceber o empobrecimento cada vez maior dos programas que são oferecidos pelos meios de comunicação.
Outra reflexão que surgiu em aula foi o caso de que a maioria das pessoas não possui condições de análise crítica sobre o material que recebe através dos meios massivos de comunicação. Fica assim, exposta a um material distorcido, de péssima qualidade, imaginando que está lidando com uma informação imparcial.
Com o SM como principal (e quase único) critério para veiculação de uma matéria, pode se antever o caminho que a comunicação irá tomar. A título de exemplo, a economia mundial foi afetada dramaticamente, nos últimos anos, por causa dessa submissão, quase incondicional ao SM. O resultado é que todos nós, tu e eu inclusive, estamos hoje pagando o custo dessa irresponsabilidade provocada pela ética do SM.

DESTAQUE DO DIA
Dia da Secretária[1]
O (a) Secretário(a)-Executivo(a)[2] é o profissional diplomado no Brasil por Curso Superior de Secretariado, legalmente reconhecido, ou diplomado no exterior por Curso Superior de Secretariado, cujo diploma seja revalidado na forma da lei; (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996) ou o portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de início da vigência desta lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4º desta lei; (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
O Técnico em Secretariado, o profissional portador de certificado de conclusão de Curso de Secretariado, em nível de 2º grau.
No dia da Secretária (o), nossa homenagem a todas essas pessoas que desempenham um trabalho de assessoria e apoio nas mais diferentes áreas da administração.

Morte de Jerônimo de Strídon (1591 anos)

São Jerônimo[3] nascido em Strídon a c. 347 e falecido em Beléma  30 de Setembro de 420. Seu nome de batismo era Eusébio Sofrônio  Jerônimo (em latim: Eusebius Sophronius Hieronymus; em grego: Εὐσέβιος Σωφρόνιος Ἱερώνυμος) foi um padre e apologista cristão ilírio. É conhecido, sobretudo como tradutor da Bíblia do grego antigo e do hebraico para o latim. A edição de São Jerônimo, a Vulgata, é ainda o texto bíblico oficial da Igreja Católica Romana, que o reconhece como Padre da Igreja (um dos fundadores do dogma cristão) e ainda doutor da Igreja. Nasceu em Strídon, na fronteira entre a Panônia e a Dalmácia (motivo pelo qual também é chamado de Jerónimo de Strídon), no segundo quarto do século IV e faleceu perto de Belém, em sua cela, próximo à gruta da Natividade.


PhiloCine

Aproveito esse espaço para fazer um convite especial para quem gosta de exercitar a sua reflexão sobre o conteúdos dos filmes. Dia 8 de outubro haverá mais uma oportunidade, dessa vez para debater o filme O Homem que não Vendeu sua Alma. A seguir, o convite:



[1] Ilustração disponível em http://assessoraexecutiva.wordpress.com/2010/10/13/materia-sobre-o-dia-da-secretaria-correioweb/. Acesso em 29 set 2011.
[2] LEI No 7.377, DE 30 DE SETEMBRO DE 1985. Disponivel em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7377consol.htm. Acesso em 29 set 2011.
[3] SÃO JERÔNIMO (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Jer%C3%B3nimo_de_Str%C3%ADdon. Acesso em 29 set 2011.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

UM ROBÔ
ANO 01 – Nº 202

Diariamente temos que tratar com pessoas que atendem atrás de balcões. A gente quase não percebe, mas a diferença entre uns e outros é determinante para que se sinta confortável. Ana e eu tivemos que ir a um estabelecimento e fomos recebidos por uma moça que trabalhava na recepção. Como o procedimento exigia a apresentação de documentos, assinatura de termos e outras informações, a recepcionista foi nos solicitando cada detalhe em sequência. Chamou nossa atenção a maneira como fazia isso. Com os olhos fixos no computador dizia: “assina no X”, o CPF, o RG, termo de autorização etc. Terminado o procedimento burocrático, virei para minha esposa e declarei: “Eu me sentiria mais confortável se fosse atendido por um robô!”. Saliente-se que não se tratava de qualquer estabelecimento, mas de uma instituição considerada “de ponta”, da cidade.

O que nos faz sentir humanos não é se somos recepcionados por uma pessoa ou por uma máquina. Confesso que já fui atendido por uma gravação, num setor de atendimento por telefone, que me deixou a vontade me fez sentir gente. Não estou aqui defendendo a troca de atendentes por máquinas programadas. O que não é admissível é que sejamos recepcionados numa organização, por pessoas “mal programadas”.

Quando entramos num estabelecimento diferente, sentimo-nos estranhos e o acolhimento é determinante para nos fazer sentir a vontade. No caso de sermos tratados como um “protocolo”, continuamos nos sentindo apenas um número e completamente inseguros. Nossa humanidade não foi acessada e, apesar de preenchermos todos os formulários, seguimos com dúvidas, como ocupantes de um não-lugar. O acolhimento não basta ser realizado por um ser humano, é necessário que esse seja humano em sua forma de ser.


DESTAQUE DO DIA

Dia do Professor de Educação Física

A Educação Física[1] é uma das áreas do conhecimento humano ligada ao estudo e atividades de aperfeiçoamento, manutenção ou reabilitação da saúde do corpo e mente do ser humano, além de ser fundamental no desenvolvimento do ser como um todo. Ela trabalha, num sentido amplo, com prevenção e cura de determinadas doenças humanas num contexto terapêutico e também é fundamental na formação básica do ser humano, devido sua atuação no contexto psicossocial no conhecimento corporal (conhecimento do próprio corpo) suas possibilidades de ação e suas limitações. É a área de atuação do profissional formado em uma Faculdade de Educação Física. É um termo usado para designar tanto o conjunto de atividades físicas não-competitivas e esportes com fins recreativos quanto a ciência que fundamenta a correta prática destas atividades, resultado de uma série de pesquisas e procedimentos estabelecidos.
Nossa homenagem aos profissionais da Educação Física!




[1] EDUCAÇÃO FÍSICA (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_f%C3%ADsica. Acesso em 28 set 2011.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

TEMPO PARA A EDUCAÇÃO
ANO 01 – Nº 201
Não é de hoje que o nosso país tenta encaminhar as dificuldades que tem com a Educação. Melhorias e reformas têm acompanhado a história da educação nesse país, porém, os resultados efetivos não têm acompanhado o mesmo ritmo das reformas. Está em andamento mais uma novidade nessa tentativa. Pode se dizer que é mais uma medida polêmica, pois a simples ampliação do tempo de permanência do aluno na escola não representará, necessariamente, uma melhoria nos níveis de aprendizado das crianças e adolescente. No meu entendimento, a situação deveria ser invertida: ampliar o atendimento pedagógico e por causa dessa ampliação, aumentar a permanência na escola. Infelizmente, pensa-se primeiro no aumento dos dias letivos e depois no que se fará com esse tempo a mais. A escola não pode se transformar em lugar de ‘estacionamento’ de criança enquanto os responsáveis se dedicam a outras tarefas. Eis aí, um novo assunto para a nossa reflexão. Reproduzo, a seguir, notícia publicada na Folha.com.

MEC estuda ampliar número de dias letivos, diz ministro
Larissa Guimarães, de Brasília (13 set 2011)[1]

O MEC (Ministério da Educação) quer aumentar o número de dias letivos do calendário escolar, passando de 200 para 220 dias. A ideia é ampliar gradualmente o tempo das crianças e adolescentes na escola, atingindo o patamar de 220 dias em quatro anos.
O plano do MEC foi tornado público nesta terça-feira pelo ministro Fernando Haddad (Educação), que fez uma palestra na abertura do congresso internacional "Educação: uma Agenda Urgente", promovido pelo Movimento Todos pela Educação.
"Ou ampliamos o número de horas por dia ou, caso não haja infraestrutura para isso, aumentamos o número de dias letivos. Mas essas alternativas não são excludentes", disse Haddad, após sair do evento.
De acordo com o ministro, o MEC já fez reuniões com o Consed (Conselho Nacional de Educação) e com a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação). Haddad disse que o plano ainda está em fase inicial, pois será preciso formar consenso antes de enviar um projeto de lei sobre assunto ao Congresso Nacional.
A ideia de ampliar o tempo de crianças e jovens na escola surgiu a partir de pesquisas. "Estudos têm correlacionado o aprendizado com o tempo que a criança fica exposta no ambiente escolar", afirmou o ministro.
Segundo Haddad, mais recursos para a empreitada deverão vir após a aprovação do PNE (Plano Nacional de Educação), que está na Câmara dos Deputados. O PNE define que sejam destinados 7% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação. Atualmente, o governo aplica pouco mais de 5% para a área.


DESTAQUE DO DIA
Nascimento de Confúcio (2562 anos)

Confúcio[2] (em chinês: 孔子, pinyin: Kǒngzǐ; Tsou  (em chinês: 孔子, pinyin: Kǒngzǐ); nasceu em Tsou, 551 a.C. e faleceu em Qufu, em 479 a.C. Confúcio é o nome latino do pensador chinês Kung-Fu-Tse ou Kung-Fu-Tzu (chinês: 孔夫子; pinyin: Kǒng Fūzǐ, literalmente "Mestre Kong"). Foi a figura histórica mais conhecida na China como mestre, filósofo e teórico político. Sua doutrina, o confucionismo, teve forte influência não apenas sobre a China mas também sobre toda a Ásia oriental. Conhece-se muito pouco da sua vida. Parece que os seus antepassados foram de linhagem nobre, mas o filósofo e moralista viveu pobre, e desde a infância teve de ser mestre de si mesmo. Na sua época, a China estava praticamente dividida em reinos feudais cujos senhores dependiam muito pouco do rei. A sua filosofia enfatizava a moralidade pessoal e governamental, a exatidão nas relações sociais, a justiça e a sinceridade. Estes valores ganharam destaque na China sobre outras doutrinas, como o Legalismo (法家) ou o Taoísmo (道家) durante a Dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.). O confucionismo foi introduzido na Europa pelo jesuíta italiano Matteo Ricci, que foi o primeiro a latinizar o nome como "Confúcio"[3].


[1] MEC ESTUDA AMPLIAR NÚMERO DE DIAS LETIVOS, DIZ MINISTRO. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/saber/974492-mec-estuda-ampliar-numero-de-dias-letivos-diz-ministro.shtml. acesso em 27 set 2011.
[2] CONFÚCIO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Conf%C3%BAcio. Acesso em 27 set 2011.
[3] Ilustração disponível em http://www.ahistoria.com.br/biografia-de-confucio/. Acesso em 27 set 2011.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

MOMENTO ERRADO
ANO 01 – Nº 200
Estava falando com uma pessoa, ao celular, sobre um assunto importante de aula. De repente só se ouviu o silêncio, se é que silêncio pode ser audível. Conferi meu aparelho e constatei que havia esgotado a carga da bateria. Olho para cá, olha para lá, não encontrei um meio de retomar a ligação. A frustração aparece ao perceber que aquele era o momento certo para tratar daquele assunto. Depois já seria muito tarde. Sabes aquele ditado: a pessoa certa, no lugar certo, no momento certo? Pois é, por causa de uma bateria descarregada acompanhei tudo isso esvair-se água abaixo; perdi a oportunidade! Quando cheguei em casa corri para a primeira tomada, pluguei o celular e refiz a ligação. Não adiantou mais, todos os ‘certos’ já haviam se desfeito e agora só incertezas.
Situações como essa certamente já aconteceram como todo o mundo. Eu não era o primeiro, não seria a última vez e nem o único que passou por uma situação assim. O consolo que ficou é a lição que aprendi sobre o cuidado que necessito ter com a carga da bateria do celular.
Dessa situação derivou outra reflexão. Assim como o celular, nós também necessitamos ‘carregar a bateria’. Estou me referindo àquela porção que transcende os aspectos físicos como a alimentação, a água, o oxigênio. É comum a gente se envolver de tal sorte com as situações que compõem a nossa faina rotineira que esquecemos aquele elemento principal que nos sustenta em pé: a alimentação do humano que subsiste em cada um. Frequentemente colocamos o trabalho, e suas derivações, como prioridade do nosso existir. Não que o trabalho não deva ser prioritário, mas acontece que, com facilidade, ele passa a ser a prioridade absoluta. Todas as outras coisas adquirem um caráter secundário e lá se vão nossas energias.
O humano que subsiste em cada um, a despeito da valorização atual da materialidade, necessita ser alimentado constantemente. Trata-se da espiritualidade que recebe o seu alimento quando nos dedicamos a cuidar de nós mesmos e dos outros, enquanto esse aspecto sensível do humano. É preciso encontrar a ‘tomada’ adequada para essa energia. Há quem a encontre na convivência comunitária religiosa. Mas há outros tipos de tomadas que recarregam nossas energias do espírito. Para uns é uma viagem, para outros, a leitura de um livro, um filme, o cinema, o esporte etc. Fundamental é não descuidar dessa alimentação sob pena de deixar passar o momento certo de nosso existir.
DESTAQUE DO DIA
Morte de Francisco Alves[1] (59 anos)
Francisco de Morais Alves[2], um dos mais populares cantores do Brasil, nasceu no Rio de Janeiro a 19 de agosto de 1898 e faleceu em Pindamonhangaba a 27 de setembro de 1952. Seu primeiro sucesso foi a marcha carnavalesca O Pé de Anjo, do compositor Sinhô. Devido a sua voz firme e potente, era conhecido como o ‘Rei da Voz’. Compôs, com Orestes Barbosa, algumas obras-primas da canção brasileira: "Meu Companheiro", “A Mulher que Ficou na Taça", "Dona da Minha Vontade", "Por Teu Amor".


[1] Ilustração disponível http://lorenzonilais.wordpress.com/page/2/. Acesso em 26 set 2011.
[2] FRANCISCO ALVES. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Alves_(ator). Acesso em 26 set 2011.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

DESTOANDO CERTO
ANO 01 – Nº 199
Domingo fui à Igreja participar o culto. O tecladista que acompanhava os cânticos tinha um ajudante incomum. Tratava-se de uma criança pequena que não entendia de teclado, tampouco de música litúrgica, mas queria participar. Sentou-se ao lado do instrumento e quando os cânticos eram entoados, ele ‘acompanhava’ apertando uma tecla fora do compasso. O tecladista, experiente e sábio, permitiu que a criança continuasse ‘atrapalhando’ o seu trabalho, mas envolvido com os serviços litúrgicos. De fato, não chegava a atrapalhar o acompanhamento dos cânticos, apenas confundia o andamento musical. A música destoava, mas a atitude do tecladista estava correta.
Por vezes, nossa exigência de perfeição, acaba excluindo quem deseja estar junto, mas não possui a mesma habilidade dos experts. Nossa cobrança por um desempenho rígido, dentro das normas e notas, tem como consequência a desmotivação de quem está chegando, mas quer dar a sua contribuição. O tecladista paciente percebeu a intenção da criança e o quanto a realizava fazendo aquela ação ‘errada’ e preferiu a imperfeição musical à perfeição da atitude. As ações inclusivas necessitam contar com uma boa dose de paciência e com a sabedoria da tolerância. Aquela criança nem percebeu que estava ‘atrapalhando’ o andamento da música, mas se sentia ‘participando’.
Entre o rigor inflexível das determinações e a tolerância da compreensão, fiquemos com a humanidade de quem aceita as imperfeições, mas acolhe a pessoa em sua necessidade de andar junto.


DESTAQUE DO DIA
Nascimento de Heidegger (122 anos)

Martin Heidegger[1] nasceu em Meßkirch a 26 de Setembro de 1889 e faleceu em Friburgo a 26 de Maio de 1976. Filósofo alemão, foi seguramente um dos pensadores fundamentais do século XX quer pela recolocação do problema do ser e pela refundação da Ontologia, quer pela importância que atribui ao conhecimento da tradição filosófica e cultural. Influenciou muitos outros filósofos, dentre os quais Leo Strauss e Xavier Zubiri. Heidegger[2] considerava o seu método fenomenológico e hermenêutico. Ambos os conceitos referem a intenção de dirigir a atenção (a circunvisão) para o trazer à luz daquilo que na maior parte das vezes se oculta naquilo que na maior parte das vezes se mostra, mas que é precisamente o que se manifesta nisso que se mostra. Assim, o trabalho hermenêutico visa interpretar o que se mostra pondo a lume isso que se manifesta aí, mas que, no início e na maioria das vezes, não se deixa ver.


[1] MARTIN HEIDEGGER. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Heidegger. Acesso em 25 set 2011.
[2] Ilustração disponível em http://orthopraxia.wordpress.com/2009/12/06/heidegger-and-the-yearnings-for-a-hermeneutics-of-%C2%ABbbeing%C2%BB-between-phenomenology-and-existentialism/. Acesso em 25 set 2011.

domingo, 25 de setembro de 2011

O HÓSPEDE
ANO 01 – Nº 198
Você já hospedou alguém em sua casa? Então você tem noção das questões que isto implica: Será que a pessoa come qualquer coisa? Será que é chato? Será que ele vai ‘me alugar’ o tempo todo? Será que vou conseguir agradá-lo? Será que a pessoa vai sair satisfeita? Será que...?
É..., pensando bem, muitas vezes sai mais barato pagar um hotel do que se arriscar neste tipo de ‘aventura’. Cada pessoa tem seus hábitos. Cada um de nós tem sua rotina, corrida, pouco tempo. Quando tinha cinco anos, minha família hospedou um seminarista. Foi uma experiência interessante. Para mim significava uma pessoa que me dava atenção, brincava comigo. Antes de se despedir, me presenteou com uma mini-cuia e uma miniatura de bomba de chimarrão, que minha mãe sempre guardou para mim. Mas era diferente, década de 1950, interior do Estado, cidade pacata, sem televisão, telefone, rádio ou  computador.
Qual seria seu sentimento se tivesse que hospedar uma pessoa em sua casa?
Pois é,  mas eu quero lhe falar de outro tipo de hóspede. Como é ser o hospedeiro do Cristo? O que significa tê-lo como morador de seu lar, permanentemente? Será que Ele seria um intruso que sempre estaria se metendo nas decisões que deseja tomar? Seria Ele um incômodo na hora das refeições, lembrando-lhe dos famintos e dos desnutridos da sua rua? Seria um ‘chato’ sempre a lembrar das pessoas que não têm casa? Será que Ele estaria sempre ‘lhe alugando’ para fazer a Sua vontade? Será que você precisaria se esforçar para agradá-lo com suas atitudes ou o seu procedimento o agradaria sempre? Em síntese, Cristo seria um morador  ou um intruso no seu lar?


DESTAQUE DO DIA
A Paz de Augsburgo (456 anos)
A Paz de Augsburgo[1] foi um tratado assinado entre Carlos V e as forças da Liga de Esmalcalda em 25 de Setembro de 1555 na cidade de Augsburgo, na atual Alemanha. O resultado da Paz de Augsburgo foi o estabelecimento da tolerância oficial dos Luteranos no sacro império romano. De acordo com a política de cuius regio, eius religio, a religião (Católica ou Luterana) do príncipe (eleitor) da região seria aquela a que os súbditos desse príncipe se deveriam converter. Foi concedido um período de transição no qual os súbditos puderam escolher se não preferiam mudar-se com família e haveres para uma região governada por um príncipe da religião de sua escolha (Artigo 24: "No caso de os nossos súbditos, quer pertencentes à velha religião ou à confissão de Augsburgo, pretendam deixar suas casas com suas mulheres e crianças por forma a assentar noutra, eles não serão impedidos quer na venda do seu imobiliário desde que pagas as devidas taxas, nem magoados na sua honra"). As divisões religiosas criadas pela Paz de Augsburgo deixaram a região politicamente fragmentada até bem depois de outras nações-estados se terem unido (Inglaterra, França, Áustria-Hungria etc.), desta forma enfraquecendo a Alemanha como potência mundial até ao final do século XIX (apenas em 1871). Alguns historiadores acham que foi por causa deste atraso na unificação que se verificou um extremo nacionalismo alemão nos séculos XIX e XX, o que levou indiretamente à Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial.

Dia da Radiodifusão

No Brasil, a primeira transmissão foi realizada no centenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1922, em que o presidente Epitácio Pessoa, acompanhado pelos reis da Bélgica, Alberto I e Isabel, abriu a Exposição do Centenário no Rio de Janeiro. O discurso de abertura de Epitácio Pessoa foi transmitido para receptores instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo, através de uma antena instalada no Corcovado. No mesmo dia, à noite, a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, foi transmitida do Teatro Municipal para alto-falantes instalados na exposição, assombrando a população ali presente. Era o começo da primeira estação de rádio do Brasil: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Fundada por Roquette-Pinto[2], a emissora foi doada ao governo em 1936 e existe até hoje, mas com o nome de Rádio MEC. A data é em homenagem ao fundador, Edgar Roquette-Pinto, nascido no Rio de Janeiro a 25 de setembro de 1884 e falecido na mesma cidade a18 de outubro de 1954.


[1] A PAZ DE AUGSBURGO (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Paz_de_Augsburgo. Acesso em 24 set 2011.
[2] Ilustração disponível em http://celsojonalista-fotos.blogspot.com/2009_08_30_archive.html. Acesso em 24 set 2011.

sábado, 24 de setembro de 2011

A QUEDA DO TEMPO
ANO 01 – Nº 197
Normalmente acomodo minha mochila em uma prateleira localizada acima do computador. Fica ali, junto com os livros que manuseio diariamente para preparo de aulas, fundamentação de artigos, consultas rápidas. Um pouco mais acima está um relógio de parede, desses eletrônicos movidos pela energia de uma pilha pequena.
Fica não, ficava. Um dia desses, ao retirar a mochila, esbarrei no relógio e ele despencou da parede. A pilha saltou longe. Uma parte quebrou-se, mas o mecanismo continuou com uma aparência intacta. Recoloquei a pilha e aguardei que retomasse o seu funcionamento. Virei, sacudi, bati e nada. Depois de algum tempo percebi que o relógio não funcionava normalmente. O ponteiro que marcava o segundo avançava cerca de um segundo e retornava. Voltava a avançar e retrocedia novamente.
Não deu mais! O prejuízo já estava contabilizado, mas tive uma sensação diferente sobre a percepção do tempo. Aquele avançar e retroceder dos ponteiros acabaram congelando uma fração do tempo. Exatamente ali, às sete horas, dois minutos e trinta segundos. Naquele ponto o tempo parou, pelo menos para o relógio de parede do meu escritório.
A memória das coisas lindas, do nosso existir, é como o tempo do relógio que caiu, permanece ali. Relembramos com a mesma emoção e experimentamos os mesmos sentimentos do exato momento em que as vivemos pela primeira vez: as mesmas cores, os mesmos cheiros, as mesmas alegrias e lágrimas, os mesmos sabores. A memória tem a capacidade de fazer o nosso tempo particular retroceder e parar. Revive as cenas e encena, na mente, os mesmos instantes sorvidos quando elas aconteceram no tempo real. Depois são guardadas na memória novamente e têm a possibilidade de serem revividas outras vezes assim como o ponteiro do relógio quebrado, que avançava e retrocedia indefinidamente.

DESTAQUE DO DIA
Morte de D. Pedro I (177 anos)

D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal[1] (nome completo: Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon nasceu em Queluz a 12 de outubro de 1798 e faleceu na mesma cidade portuguesa a 24 de setembro de 1834) foi o primeiro imperador e também o primeiro chefe de Estado e de governo do Brasil (de 1822 a 1831), além de ter sido o 28º Rei de Portugal (durante sete dias de 1826), e, portanto, também por sete dias de 1826, o soberano do império ultramarino português.


CAFÉ FILOSÓFICO

Acontece hoje, mais uma edição do Café Filosófico, promoção dos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Filosofia do Centro Universitário Metodista do IPA em parceria com o Curso. A seguir, o convite aberto a todos.




[1] PEDRO I DO BRASIL (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_do_Brasil. Acesso em 23 set 2011.