domingo, 12 de agosto de 2012

ABBA - ANO 02 – Nº 515


ABBA


Idelson Meirelles Garin
(1916-2009)
foto colhida em 18/06/2008
Em minha memória encontro meu pai bem próximo. Éramos companheiros de labuta em busca do pão de cada dia. Sobre uma carroça cheia de lenha, peregrinávamos pela cidade, tentando vender o produto, cujo resultado era convertido em mantimentos, para quinze dias, de toda a família. Calor, frio e chuva faziam parte deste cenário de luta conjunta.

De uma coisa sempre guardo lembrança: a despeito do sacrifício, papai sempre teve muita esperança e fé. Depois de longa jornada sem conseguir comprador para a lenha ele sempre acrescentava: “pode ser que o Arnoldo nos compre esta lenha – Deus há de ajudar!”. Amanhã estará fazendo três anos de seu falecimento.

Estas lembranças me remeteram a outra relação envolvendo Pai e Filho. Encontramos, no Evangelho, momentos de proximidade entre Jesus e Deus, em que ele O trata de Abba. É uma expressão aramaica que determina uma aproximação especial. É utilizada entre uma criança muito pequena para com seu pai. Nesta relação está contido todo o sentimento de dependência e segurança que o filho sente em relação ao seu pai.

Quando o Jesus utiliza esta palavra para se dirigir a Deus está se referindo à sua dependência e segurança que encontra no Pai. Como uma criança pequena, a sua segurança está no Pai, a sua vontade é a realização do reino do Pai. Enfim, tudo se resume nesta relação de extrema afinidade e dependência.

Neste Dia dos Pais, minha homenagem a todos os pais que leem esse blog.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    esse vocativo 'Abba' é muito lindo.
    Muito digna a homenagem a um bravo.
    Com admiração,
    attico chassot

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  2. Amigo Attico,
    minha convivência com papai foi muito intensa, especialmente nas viagens de carrocha entre o campo e a cidade: pouco conversávamos, mas aprendi muito.
    Um abraço,

    Garin

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